sábado, 29 de dezembro de 2012

SENTA QUE LÁ VEM CRISE (do Le Monde,via Uol)

Ooops,perdão,é época de festas....para quem pode!O Primeiro Mundo está se despedindo do estado do bem estar por direito.Nós,que nunca o atingimos enquanto país/continente,aproveitamos o que podemos,acostumados que estamos a ficar com a cabeça fora d'água da desigualdade social.Mas é bom atentar para a real situação e se preparar para o futuro - não tem "jeitinho" para as duras realidades.


SENTA QUE LÁ VEM CRISE - Se você acha que a crise global já atrapalhou demais o mundo, e já está cansado de ouvir falar sobre ela, é melhor repensar seus limites: a crise deve continuar pelo menos até 2018, segundo o economista-chefe do FMI (Fundo Monetário Internacional), Olivier Blanchard. "Ainda não é uma década perdida ... Mas com certeza levará pelo menos uma década desde o começo da crise [em 2008] para a economia global voltar a uma forma decente", disse 





Pobreza ameaça um quarto da população da Europa

Le MondeClaire Gatinois
29/12/201200h01

Para falar sobre a situação dos países mais afetados pela crise da zona do euro, ninguém ousa ainda empregar o tão angustiante termo "depressão", usado durante a crise dos anos 1930. No entanto, a situação de milhares de gregos, espanhóis, irlandeses, portugueses e italianos tem se tornado cada vez mais dramática.
A recessão às vezes interminável (cinco anos na Grécia), somada a um desemprego em massa (mais de 25% na Grécia e na Espanha, mais de 15% em Portugal) e associada às medidas de austeridade que reduzem o tamanho do Estado-providência, trouxe à tona uma nova forma de pobreza.
Esta pode ser percebida através de pequenas privações, mas também de verdadeiros sacrifícios, muitas vezes. Os espanhóis reduziram os orçamentos de Natal. Muitos deles também abriram mão do uso do telefone celular, em proporções recorde: no total, 486 mil linhas foram suspensas, e seu número caiu 3,8% em um ano, de acordo com a agência Reuters em meados de dezembro.
FÁBRICAS DE AUTOMÓVEIS OFERECEM ESPERANÇA PARA INDÚSTRIA E TRABALHADORES ESPANHÓIS
Apesar do pessimismo econômico que a tomou desde o início da crise financeira global, a Espanha finalmente apresenta um ponto positivo industrial: o país e sua força de trabalho capacitada, apesar de subempregada, novamente se tornaram atraentes para os fabricantes de automóveis europeus. Quatro anos de turbulência econômica e a taxa mais alta de desemprego da zona do euro tornaram o mercado de trabalho espanhol tão convidativo --cerca de 40% mais barato do que as duas maiores fabricantes de carros da Europa, Alemanha e França-- que a Ford e a Renault anunciaram recentemente planos para expandir sua produção na Espanha.
Com um desemprego que afeta mais da metade da população ativa abaixo dos 25 anos, os jovens espanhóis têm apelado cada vez mais a seus pais em questões financeiras. Enquanto isso, os mais idosos recorreram às organizações de caridade, muito procuradas neste final de ano. 
No dia 14 de dezembro, o jornal "El País" divulgou um relatório publicado pela associação Intermon Oxfam ("Crisis, desigualdad y pobreza"), alertando contra o risco de crescente pauperização do país.
Segundo esse estudo, 40% --dois em cada cinco espanhóis!-- estarão em situação de exclusão social até o ano 2022. Um "nível tão elevado que serão necessárias duas décadas para que o país retorne ao nível de bem-estar anterior à crise", assinalava o jornal.
No país, o consumo de produtos alimentícios baratos tem levado a um aumento da obesidade, sendo que no vizinho português 10.385 alunos de 253 escolas públicas estão sofrendo carência alimentar, alarmava em novembro o "Jornal de Angola". Um jornal de Luanda, capital da antiga colônia portuguesa, para onde cada vez mais portugueses têm emigrado para escapar da crise.
Na Grécia, segundo um relatório do instituto de estatística europeu Eurostat, publicado no dia 3 de dezembro, quase um terço dos gregos (31%) estariam em "situação de privação material grave", ameaçados de pobreza ou de exclusão. Ou seja, vivendo com uma renda inferior ao limiar de pobreza, estabelecido em 60% da renda média nacional, e/ou incapazes de pagar as contas do dia a dia, como, por exemplo, a eletricidade.
Com a redução dos gastos na saúde, uma parte cada vez maior da população grega não tem mais seguro de saúde, ao passo que as falências e o desemprego estão lançando alguns na depressão ou na miséria.
Novas doenças
De dois anos para cá, os médicos gregos viram surgir novas patologias associadas à desnutrição das crianças. E em todo o país, doenças esquecidas estão retornando, como a malária ou a tuberculose.
No país, a chegada do frio invernal resultou em roubos de madeira, registrados até na floresta protegida do Monte Olimpo...
Para o Eurostat, o risco é mais significativo nos países do sul da Europa, mas ele afeta todo o Velho Continente. Em 2011, quase 120 milhões de pessoas teriam estado em situação de privação ou ameaçadas de pobreza ou de exclusão, ou seja, 24,2% da população dos 27 países-membros, contra 23,4% em 2010 e 23,5% em 2008.
Já a França, que foi relativamente poupada do flagelo (19% em risco de pobreza, de exclusão ou em situação de privação), foi tomada pelo medo. No dia 7 de dezembro, o jornal "Les Echos" divulgava os resultados reveladores de uma pesquisa realizada pelo CSA: quase um em cada dois franceses (48%) se declarava "pobre" ou "em vias de se tornar pobre".
Tradutor: Lana Lim

2 comentários:

  1. Querida amiga Eliana, que o novo ano que chega, seja abençoado a todos nós, que tenhamos aprendido com os erros e possamos fazer daqui pra frente uma vida mais saudável pra todos! Sejamos mais solidários e mais amorosos uns com os outros!Feliz 2013 abençoado! bjs Nina

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    1. Obrigada Nina,querida!Que assim seja,para todos nós!Bjs

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