segunda-feira, 28 de setembro de 2015

A gente não se prepara para envelhecer e nem ver os "velhos"com quem crescemos, deixando de ser o que eram

                                          tio avô ,prima e tia(irmã mais velha da minha mãe)
                                                          Tio avô e tio caçula


                                                         Tio,tio avô e primo da mãe


Minha família teve até os anos 80/90 do século passado o privilégio de conviver com "velhinhos" ativos,lúcidos e que animavam a todos.Avós(tem fotinho deles ai ao lado),tios/tias-avós,primos mais velhos da mãe,etc;é lógico que nascidos nos começos do século,aproveitaram e cresceram com  todas as transformações e contavam suas histórias ,experiências.Enriqueceram nossa existência e  mesmo todos tendo origem muito "humilde" ,eram ricos de vida.
E foram-se aos poucos.
E começaram a ir também os não tão velhos,há 15 anos o tio caçula o mais próximo, de nós foi-se aos 60 anos;depois dele,o outro tio mais camarada do mundo.Muito antes do esperado.
À exceção da agora tia mais velha que é um fenômeno de aos 87 não aparentar mais que 50/60,os que envelhecem o estão fazendo sem "qualidade".Este ano foi-se a irmã mais velha da minha mãe que lutava contra o Alzheimer há uns 10 anos,mas até os 50,nem cabelos brancos tinha; e outro irmão  também já não reconhece mais ninguém.
O que acontece?!?!
Minha mãe,82, está firme e forte,mais que eu -  os 31 anos de diferença não são a meu favor.
É,e meu irmão um ano e meio menos velho  que eu também se diz cansado.
Por quê envelhecemos pior que nossos antepassados?Por quê nos  desenvolvemos menos que eles,tendo sido criados com "mais" meios - que seriam "melhores" se realmente nos tivessem feito assim.Será que aquela vida de eternos trabalhos e preservação da família era o segredo?

Nossas lutas e canseiras não foram as mesmas,mas todos passamos muitos perrengues,por quê neles não havia "marcas" ruins como parce que acontece conosco?
Recebemos todos aquelas experiências e o afeto dos nossos "velhos",mas nem ainda alcançando a idade deles,nos sentimos piores,mais pesados,exaustos.Será que depois da meia idade,quando e se chegarmos à velhice mesmo,estaremos em outra "fase"?É a droga da meia idade que traz estas indagações?Por quê antes não nos preocupávamos?
Sentimento estranho e situação existencial "chata".Continuamos vivendo,mas não me vejo sendo como eles conseguiram ser.A transmissão de conhecimentos e afetos parou lá?





                                                                            Tia avó

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Uma receita de ponto de tricô:Ponto de açúcar do Malhas e Cia,no Facebook

Minhas agulhas estão paradas,
São Paulo quase 40º!!!
 Mas sempre procuro por receitas de pontos e achei um que não tem em nenhuma das minhas coletâneas e está no português de Portugal então.quando aparece "liga",é o nosso tricô




PONTO DE AÇUCAR

Malhas&Cia - facebook






Multiplos de 8 + 1

1ª Fila: Todas as malhas em meia
2ª Fila: Todas as malhas em liga
3ª Fila: 1 meia * 2 liga, 6 meia *, repetir de * a * até ao fim da fila
4ª Fila: Trabalhar todas as malhas como se apresentam
5ª Fila: Todas as malhas em meia
6ª Fila: Todas malhas em liga
7ª Fila: 5 meia, * 2 liga, 6 meia * repetir até às últimas 4 malhas - 
2 liga, 2 meia 
8ª Fila: Trabalhar todas as malhas como se apresentam




Achei uma graça e é daqueles fáceis de fazer,vai pro arquivo esperando a vontade de tricotar voltar

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

E o Delfim Netto(eterno,sinistro,mas lúcido):" Não há recall de presidentes. A sociedade votou, que pague os seus erros para aprender e volte em 2018"

E ele ataca novamente,o eterno "sinistro" da economia(e é duro ter de concordar com ele!)

Delfim diz que a presidente é honesta, mas ‘tem uma visão do Brasil que não coincide com o País’, classifica a proposta de Orçamento como ‘barbeiragem’ e o pacote fiscal como ‘fraude’

BRASÍLIA - O ex-ministro, ex-deputado e afiadíssimo economista Delfim Netto, 87 anos, 24 deles no Congresso, como deputado, desfia uma série de adjetivos demolidores contra o pacote fiscal do governo e é implacável com a presidente Dilma Rousseff: “Ela é simplesmente uma trapalhona”.
Em entrevista ao Estado, Delfim classificou o envio de um Orçamento com déficit ao Congresso como “a maior barbeiragem política e econômica da história recente do Brasil” e disse que o pacote é “uma fraude, um truque, uma decepção, não tem corte nenhum, é uma cobra que mordeu o rabo”.
Quanto ao coração do plano: “A CPMF é um imposto cumulativo, regressivo, inflacionário, tem efeito negativo sobre o crescimento e quem paga é o pobre”. A seguir, os principais trechos da entrevista.



 ‘Foi a intervenção extravagante, exagerada no sistema econômico, que gerou tudo isso’, diz Delfim
 ‘Foi a intervenção extravagante, exagerada no sistema econômico, que gerou tudo isso’, diz Delfim

Como o sr. vê a situação hoje?
Com muita preocupação. As pessoas sabem que a presidente é uma mulher com espírito muito forte, com vontades muito duras, e ela nunca explicou porque ela deu aquela conversão na estrada de Damasco. Ela deveria ter ido à televisão, já no primeiro momento, e dizer: “Errei. Achei que o modelo que nós tínhamos ia dar certo e não deu”. Mas, não. Ela mudou sem avisar e sem explicar nada para ninguém. Como confiar?
Como define a conversão na estrada de Damasco?
Ela mudou um programa econômico extremamente defeituoso, que foi usado para se reeleger. Em 2011, a Dilma fez um ajuste importante, aprovou a previdência do funcionalismo público, o PIB cresceu praticamente no nível do Lula. Mas o vento que era de cauda e que ajudou muito o Lula tinha mudado e virado um vento de frente.
Os ventos internacionais?
Sim. Então, ela foi confrontada em 2012 com essa mudança e com a expectativa de que a inflação ia aumentar e o crescimento ia diminuir e ela alterou tudo. Passou para uma política voluntarista, intervencionista, foi pondo a mão numa coisa, noutra, noutra, noutra... Aquilo tudo foi minando a confiança do mundo empresarial e, de 2012 a 2014, o crescimento vai diminuindo, murchando. 
E o uso na reeleição?
A tragédia, na verdade, foi 2014, porque ela usou um axioma da política, que diz que ‘o primeiro dever do poder é continuar poder’. No momento em que ela assumiu isso, ela passou a insistir nos seus equívocos. Aliás, contra o seu ministro da Fazenda, o Guido Mantega, que tinha preparado a mudança, tanto que as primeiras medidas anunciadas pelo Joaquim Levy já estavam prontas, tinham sido feitas pelo Guido.
Então, o sr. discorda da versão corrente de que a culpa foi do Mantega?
O Guido não tem culpa nenhuma. E, para falar a verdade, nenhum ministro da Fazenda da Dilma tem culpa nenhuma, porque o ministro da Fazenda é a Dilma, é ela. E o custo da eleição é o grande desequilíbrio de 2014. 
Qual o papel do Levy?
Como a credibilidade do governo é muito baixa, o ajuste que ele fez encontrou muitas dificuldades, não teve sucesso porque não foi possível dizer que o ajuste era simplesmente uma ponte.
A presidente não vive dizendo que é só uma travessia?
Travessia sem ponte? 
E o pacote fiscal?
O primeiro equívoco mortal foi encaminhar para o Congresso uma proposta de Orçamento com déficit. Foi a maior barbeiragem política e econômica da história recente do Brasil. A interpretação do mercado foi a seguinte: o governo jogou a toalha, abriu mão de sua responsabilidade, é impotente, então, seja o que Deus quiser, o Congresso que se vire aí. 
A briga interna do governo não é um complicador?
A briga interna ocorre em qualquer governo, mas o presidente tem de ter uma coisa muito clara: ele opta por um e manda o outro embora. Um governo não pode ter dentro de si essas contradições, senão vira um Frankenstein.
Quem tem de sair, o Levy, o Nelson Barbosa ou o Aloizio Mercadante?
Quem tem de sair é problema da Dilma, mas quem assessorou isso do Orçamento com déficit levou o governo a uma decisão extremamente perigosa e desmoralizadora e isso produziu um efeito devastador. 
De tudo o que o sr. diz, conclui-se que o ponto central da crise é que Dilma é uma presidente fraca?
Ela tem uma visão do Brasil que não coincide com o Brasil.
Por que o sr. defendia o aumento da Cide, não a recriação da CPMF?
O aumento da Cide seria infinitamente melhor. CPMF é um imposto cumulativo, regressivo, inflacionário, tem efeito negativo sobre o crescimento e quem paga é o pobre mesmo. Ele está sendo usado porque o programa do governo é uma fraude, um truque, uma decepção – não tem corte nenhum, só substituição de uma despesa por outra e o que parece corte é verba cortada do outro. Dizem que vão usar a verba do sistema S. Ora, meu Deus do céu! R$ 1 do sistema S produz infinitamente mais do que R$ 1 na mão do governo. Alguém duvida de que o governo é ineficiente? 
A presidente Dilma...
Acho que não, nem ela. Ela sabe disso, só não tira proveito.
E a Cide?
A CPMF é coisa do século 19, a Cide é do século 21, porque você corta consumo de combustível fóssil, reduz emissão de CO2 e vai salvar um setor que você destruiu, o sucroalcooleiro. Tem 80 empresas quebrando por conta dos erros da política econômica. Na hora que você fizer isso, toda essa indústria renasce. 
Quais as chances de o pacote passar?
Eles vão ter de negociar com a CUT e com o PT, que é o verdadeiro sindicato do funcionalismo público. Então, é quase inconcebível e vai ter uma greve geral que vai reduzir ainda mais a receita. É uma cobra que mordeu o rabo. O aumento de imposto é 55% do programa; o corte, se você acreditar que há corte, é de 19%; e a substituição interna representa 26%. Ou seja, para cada real que o governo finge que vai economizar com salários, ele quer receber R$ 3 com as transferências e o aumento de imposto. No fundo, o esforço é nulo.
O sr. diz que os grandes problemas começam em 2014, mas muitos analistas respeitados dizem que começam antes. Qual a responsabilidade do governo Lula?
Até 2011, o vento de cauda era de tal ordem, a entrada da China foi de tal ordem, que dava a sensação de que você tinha entrado no paraíso e o Lula aproveitou bem para um crescimento mais inclusivo, mais equânime. Depois, eu estou convencido de que foi a intervenção extravagante, extraordinária, exagerada no sistema econômico que gerou tudo isso. Mexeu na eletricidade, mexeu nos portos, foi criando um estado de confusão que matou o “espírito animal” dos empresários, com uma queda dramática do nível de investimento e do nível de crescimento. 
A diferença é que o Lula nunca fez questão de ser de esquerda, mas a Dilma, que vem do velho PDT brizolista, nacionalista e estatizante, tem esse compromisso?
O Lula é um pragmático, uma inteligência extraordinária. Já a Dilma tem, sim, o velho problema do engenheiro, o engenheiro Brizola, que por onde passou destruiu tudo, destruiu de tal jeito o Rio Grande do Sul que ninguém mais salva. Ela tem uma ideia intervencionista, realmente não acredita no sistema de preços. Veja essa escolha dela no pré-sal, é inteiramente arbitrária. Foi dar para a Petrobrás uma tarefa muito acima do que ela é capaz. Nada mais infantil no Brasil do que a sua esquerda, facilmente manobrável.
Quem é a esquerda no Brasil hoje?
No Brasil de hoje, esquerda e direita são sinais de trânsito. O fato é que a Dilma é uma intervencionista e foi a crença de que ela não mudou, e de que a escolha do Joaquim foi simplesmente um expediente para superar uma dificuldade, que não deu credibilidade ao plano de ajuste.
Além de perder credibilidade junto aos empresários, a presidente também está perdendo apoios na base social do PT.
Como ela não explicou que errou e por que iria mudar a política econômica, o 1/3 que votou nela se sentiu traído de verdade e o 1/3 que votou contra ela disse: ‘Viu? Eu não disse?”. Sobraram para ela só 8%.
Em quem o sr. votou?
Na Dilma. Mas acho que o Aécio era perfeitamente “servível”. Teria as mesmas dificuldades que a Dilma enfrenta, porque consertar esse negócio que está aí não é uma coisa simples para ninguém, mas ele entraria com uma outra concepção de mundo, faria um ajuste com muito menos custo e a recuperação do crescimento teria sido muito mais rápida.
Se a presidente está com 8% de popularidade, pior até que o Collor, o impeachment seria uma solução?
Se houver algum desvio de conduta materialmente provado, o impeachment é um recurso natural dentro da Constituição. Então, não há nenhuma quebra de institucionalidade, não tem nenhum problema. Agora, o Brasil não é nenhuma pastelaria e não é nenhuma passeata cívica de verde e amarelo nem panelaço que decide se vai ter ou não impeachment. Não há recall de presidentes. A sociedade votou, que pague os seus erros para aprender e volte em 2018. Está em segunda época, volte em 2018 para fazer nova prova.
Então, o sr. não votaria na Dilma novamente em 2018, se ela pudesse ser candidata?
Não, primeiro porque ela não pode ser candidata. É preciso dizer que eu acho a Dilma absolutamente honesta, com absoluta honestidade de propósito, e que ela é simplesmente uma trapalhona.
Numa eventualidade, o vice Temer seria adequado para a Presidência como foi o Itamar Franco?
Acho que sim. Nós somos muito amigos. O Temer tem qualidades, é uma pessoa extraordinária, um gentleman e um sujeito ponderado, tem tudo, mas eu refugo essa hipótese enquanto não houver provas, e vou te dizer: ele também.



:http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,a-dilma-e-simplesmente-uma-trapalhon

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

E a série da vez:Homeland,entre outras

E em meio à bagunça que está nosso paizinho e também o clima(semana de temperaturas extremas:congelando no domingo e derretendo desde ontem,não posso com isso!),sem vontade de ler(sintoma sério e repetitivo este ano!),só na TV.
Tô "atrasada" com esta série,que parece ter começado em 2011/2012 - se tem alguma coisa ruim no Netflix é exatamente a oferta de séries,muitas,mas como prefiro as de época deixei estas de "atualidades" meio pra lá,daí comecei a pular de uma pra outra,vi um pouco do Dexter e Ressurection (não me cativaram) , toda a temporada do Narcos(boa,mas não é TUDO isso que estão falando) e acabei comprando os DVDs do Dowton Abbey porque não atualizaram mais a série e dessas que gosto,como os Vikings,quero a continuação!!!
Mas voltando ao assunto,não tinha grandes expectativas,achei que seria apenas a "história" de um prisioneiro que volta "convertido" e esqueci que os roteiristas merecem o que ganham!!Sim,quanta ambigüidade pode caber nesta história,quantas nuances;a nojenta da política por trás de tudo, na origem  e na caçada aos  possíveis terroristas.Tudo que a "gente já sabe",mas muito bem mostrado.

 Carrie a agente da CIA com experiência no Oriente Médio e com "faro" aguçado por uma confissão e que vai caçar nosso protagonista:Claire Daines e Damien Lewis:dela só me lembro do Romeu e Julieta com o Di Caprio e dele,além do Band of Brothers(da 2ª guerra,genial),vi outra série,Wolf Hall ,onde fez o Henrique VIII às voltas com as Bolenas e com o Cromwell da época.

Do Mandy Patinkin(agente chefe Saul ),então,só lembro como o pianista no Dick Tracy,eras atrás.Daí que fica fácil acreditar nos personagens,as "caras" não são muito marcadas. Os personagens,se cercam,todos muito "próximos"  e as histórias começam a se desenvolver:agentes e seus problemas pessoais,profissionais,"terrorista" disfarçado em bom cidadão e "preso" nessa situação sem fazer "o que deve" em nenhum dos lados,se complicando aos poucos.Ele não "parece" um cara ruim,porém.....ninguém é exatamente "herói",tudo tem muitos lados.O bem e o mal?Só na nossa ingenuidade.



Mal comecei a segunda temporada e parece que já filmaram até a quarta/quinta,quero ver o máximo possível,por enquanto está interessante,Alguém aí já viu mais?Não tenho medo de spoilers,assisto de qualquer maneira.

UPDATE:

Bom,e ele enfim "descansou",É coerente com os infernos pelos  quais passou mas, agora ,ao que parece,o "protagonista" é a CIA e seus agentes ,mais que qualquer personagem por si só.as contradições de um "serviço" manipulador e dúbio ao extremo.Será que vai ficar legal?É esperar pra ver.

UPDATE2
E foi só lembrar da Resurrection que o Netflix soltou mais uma temporada e desta vez,mais envolvente,com mistério "explicando"  O mistério ,se é que se pode dizer assim.Numa sentada já vi meia temporada!

E a TV "comum"?!Sei não,tadinha,tá lá,largada à mesmice.Ás vezes ainda vejo um noticiário ou outro e mais nada.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

"A coisa tá preta"....os números

Esta "quantificação" da crise não tem como não ver!


Famílias sofrem aperto duplo

A grande maioria da população brasileira é pobre e está sofrendo profundamente (e rapidamente) os efeitos da atual crise.
A pirâmide abaixo é útil mais uma vez para contextualizar o tamanho do aperto pelo qual grande parte da população está passando.
Editoria de Arte
O Brasil é Pobre
Ela mostra que 61% das famílias vivem com menos de R$ 2.364 ao mês, ou R$ 77,50 ao dia. E que quase 40% (a base da pirâmide), com até R$ 1.576, ou R$ 51,60 ao dia.
Lembrando que esses são totais por família, que tem em média 3,3 pessoas no Brasil. Na base da pirâmide, portanto, as pessoas vivem individualmente com R$ 15,60 por dia. Na faixa acima dela, com R$ 23,50/dia.
Dilma conseguiu a proeza de combinar inflação muito alta com recessão forte. Isso provoca um massacre, vindo de duas frentes, em cima da maioria da população.
A FGV-RJ calcula desde 2004 a inflação para famílias mais pobres, que ganham até 2,5 salários mínimos (R$ 1.970). No acumulado de 12 meses, nunca esse índice foi tão elevado: 10,37% de alta até agosto.
Essa inflação de dois dígitos corrói diariamente a renda dos que já vivem com pouco. Na outra ponta, há uma forte queda no poder de compra por causa do desemprego e do corte que os bancos vêm praticando no crédito concedido às famílias, principalmente às de menor renda.
Economistas da Tendências Consultoria projetam que a alta do desemprego, mais a informalização e a substituição de salários maiores por trabalhadores "mais baratos" levem a uma queda da renda real (já descontada a inflação) de 4,4% neste ano.
Soma-se a isso o fato de a concessão de crédito às famílias (imobiliário incluso) ter caído mais de 7% reais no primeiro semestre, sem perspectiva de aumento.
Assim, a projeção de queda do poder de compra das famílias chega a 8% neste ano. Como é difícil parar de gastar a maior parte da renda com itens essenciais como alimentos, transporte e energia, a redução no poder de compra para outros bens de consumo e serviços pode chegar a 12%.
No comércio como um todo, que vinha sendo o motor da economia, as vendas no primeiro semestre tiveram o pior desempenho em 12 anos (-2,2%). O grave agora é que os próprios supermercados passaram a registrar retração (por enquanto leve, de 0,2% até julho) nas vendas de alimentos e produtos de higiene e limpeza.
Esse aperto duplo (via inflação e queda no poder de compra) deve piorar e durar. Reduzindo o dia a dia das famílias à simples sobrevivência.
*
Já se passaram 18 dias desde o anúncio vazio de que o governo eliminaria 10 de seus 39 ministérios e que cortaria funcionários. Nada.
Desde então, ensaiou-se a volta da CPMF, do imposto sobre combustíveis e agora o aumento do IR para pessoas físicas. Todas medidas que agravariam ainda mais o aperto das famílias. 

sábado, 5 de setembro de 2015

E sobre a crise hídrica em São Paulo

Ei,está chovendo!Sim,uma chuvinha de nada,mas estamos desacostumando ......


Mas segundo um especialista,o que não tem é ação governamental específica e políticas sérias para a questão


"Não falta água em São Paulo, falta planejamento", diz geógrafo da USP

Camila Neumam
Do UOL, em São Paulo
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  • Luis Moura/Estadão Conteúdo
    29.jul.2015 - O nível baixo da represa Jaguari-Jacareí, em Joanópolis (SP), permitiu a construção de um barraco em sua margem. A represa compõe o sistema Cantareira, que manteve o nível em 18,8% da água armazenada, segundo índice divulgado pela Sabesp
    29.jul.2015 - O nível baixo da represa Jaguari-Jacareí, em Joanópolis (SP), permitiu a construção de um barraco em sua margem. A represa compõe o sistema Cantareira, que manteve o nível em 18,8% da água armazenada, segundo índice divulgado pela Sabesp
"Como uma metrópole como São Paulo, com toda pujança econômica, fica à mercê do 'chove-não-chove' como se fôssemos uma sociedade primitiva? Eu conheço países e vivi em países que têm muito menos água disponível e a água é gerida de forma que não falte", afirma com contundência Luis Antonio Bittar Venturi, professor livre docente do Departamento de Geografia da USP (Universidade de São Paulo), que pesquisa o reaproveitamento de água em países do Oriente Médio com base na dessalinização dos oceanos e na água de reúso.
O estudioso acredita que a água é um recurso infinito para uso humano desde que haja capacidade de tratar água de rios, oceanos, esgotos e que seja usada de forma sustentável. Para Venturi, a culpa pelas torneiras secas de São Paulo não é de São Pedro, mas da falta de planejamento para priorizar investimentos no tratamento de bacias hidrográficas poluídas, para reintegrar sistemas hídricos e evitar o desperdício de água potável.
"Não há como falar que falta água em São Paulo. Falta água limpa porque falta gerenciamento adequado. Não existe uma crise hídrica natural. Mesmo sem chover ainda há muita água para abastecer a população. Se você sobrevoar São Paulo, vai ver muitos rios e represas que cortam a região metropolitana e que têm água suficiente para abastecer os moradores. Poluímos o corpo hídrico e não somos capazes de limpá-lo e tratá-lo num ritmo suficiente para abastecer a população", disse.

"São Pedro não vai castigar"

"A água não é finita, o que é finita é a capacidade de tratar, de distribuir. A água é o recurso mais abundante do planeta. O que deveria ser dito nas campanhas não é que a água é um recurso finito e por isso temos que economizar. O que deve ser dito é o seguinte: captar, tratar e distribuir é caro, então economize". No entanto, segundo ele o "discurso oficial sempre vai culpar a natureza para se redimir de suas responsabilidades".
"As pessoas têm que saber que a água é infinita, mas que pode faltar pela gestão inadequada e pelo uso irracional. Não porque São Pedro vai castigar", afirma.
O geógrafo realizou uma pesquisa na Síria entre 2010 e 2011 em que mostrou que planejamento e tecnologia podem ser os maiores aliados para garantir o abastecimento de água mesmo em regiões desérticas. Em Damasco, por exemplo, as casas possuem dois tipos de encanamentos, um que recebe água potável e outro, água de reúso. A bacia do rio Eufrates também é usada para fornecer água à boa parte da população.

Soluções

Como a situação no Estado de São Paulo já se tornou alarmante, o especialista aponta possíveis soluções de médio e longo prazo para a crise:
"Como não podemos mais esperar apenas pela despoluição dos rios, uma saída é usar as membranas filtrantes (uma tela finíssima que serve como um imenso coador de impurezas) e alguns produtos químicos para limpar a água de bacias poluídas. A solução a longo prazo passa também pelo fornecimento de água de reúso para a população, que pode ser produzida através do esgoto, com mudança na tubulação", afirma.
Mas nada disso vai adiantar se os rios paulistas continuarem recebendo toneladas diárias de impurezas diariamente, salienta o pesquisador. "Tem que parar com a descarga de poluição nas nascentes paulistas. A reserva Billings ainda recebe 800 toneladas de esgoto e 500 toneladas de lixo por dia, além de receber a poluição química do rio Tietê".

Outro lado

Sobre essas críticas, a Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, afirmou que a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) realizou uma série de investimentos para evitar a falta d´água. Segundo a nota, obras emergenciais estão sendo realizadas para garantir o abastecimento de água no Estado. Entre elas, a obra do córrego Guaratuba, entregue em janeiro deste ano, que faz a transferência do rio Guaratuba, que deságua em Bertioga (103 km de São Paulo), para o Sistema Alto Tietê.
A construção da nova adutora do Rio Grande, com 2,1 km de extensão, passou a atender 250 mil pessoas da zona sul de São Paulo (SP), de acordo com a secretaria. E a obra do rio Guaió, em Mauá (27 km de São Paulo) aumentou a entrada de água no Sistema Alto Tietê, segundo o governo.
Foram investidos R$ 9,3 bilhões entre os anos de 1995 e 2013, pela Sabesp, em medidas para aumentar o abastecimento de água na região metropolitana de São Paulo, segundo o governo.
A ampliação da ETA (Estação de Tratamento de Água Alto da Boa Vista), no Sistema Guarapiranga, graças à instalação de uma nova unidade de tratamento de água por membranas ultrafiltrantes, também teria ampliado a distribuição de água.
Com expectativa de ser concluída em setembro deste ano, a obra de interligação do braço do Rio Grande deve bombear 4.000 litros por segundo à represa Taiaçupeba, em Mogi das Cruzes (57 km de São Paulo), dentro do Sistema Alto Tietê.
A inauguração do Sistema São Lourenço, que deve abastecer Barueri (30 km de São Paulo) e região através da captação de 4,7 mil litros por segundo na cachoeira do França, em Ibiúna (69 km de São Paulo) está prevista para 2017. Foi aberta ainda a licitação para a obra de interligação entre as represas Jaguari (bacia do Paraíba do Sul) e Atibainha (bacia do Sistema Cantareira), segundo a nota.



Estamos nas mãos de políticos incompetentes e os especialistas,encastelados na universidade,ficam distantes da resolução dos problemas.Onde este país vai parar?