quarta-feira, 1 de abril de 2015

Andrea Lubtiz:será que agora param de subestimar a depressão?







Cansei de escutar;"você já deu jeito "naquelas coisas que você tem?",mais ou menos como;"você já parou de frescura?",porque transtornos emocionais/mentais ainda são ignorados ou vistos como "menores",a não ser quando as conseqüências são graves como no caso deste rapaz.
Imagino o desespero,a angústia para fazer o que fez.
Eu também perdi a "capacidade laboral" -  em linguagem técnica,na prática,a capacidade de entrar numa sala de aula e exercer o que foi minha vida por quase trinta anos;ao menos eu consegui,aos trancos e barrancos, durante todo este tempo,quase a idade deste menino que assim,no começo,já viu suas possibilidades limitadas,seus sonhos "impedidos".O que teria sido de mim se não tivesse conseguido trabalhar e me "fazer"?Tudo o que tenho consegui trabalhando,o que teria sido de mim se tudo não tivesse sido possível?
Não,não quero justificar o que ele fez,mas seria bom que as pessoas tentassem dimensionar o que se passou com ele e o que se passa com milhares de pessoas todo dia.Porque todo dia é uma batalha,um esforço gigantesco para todo mundo,pior quando não temos estrutura emocional para amparar a luta.E o tratamento,necessário,as limitações,também são complicadas.A atenção profissional não supre as outras necessidades e carências,os relacionamentos ,a convivência são muito truncados,problemáticos.
Fiquei com um sentimento de profunda tristeza,tanto pelas vítimas quanto por ele, que conseguiu chamar a atenção do mundo,mas de uma forma horrível e que perdeu qualquer oportunidade que pudesse vir a ter de ir adiante,
Nós que temos estes transtornos precisamos reconhecer tanto nossas "enfermidades" quanto a necessidade do tratamento,agradável ou não.E viver com isso,da melhor maneira possível.



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