sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

O Artífice,de Richard Sennett - ou livro interminado






Sim,confesso.Não consigo terminar este livro que comprei em 2011 e que venho tentando acabar desde lá.Que me lembre isso só aconteceu antes com o Pós Guerra do Tony Judt e com o Instantanées do Alain Robe Grillet - o primeiro porque chegou na parte do pós Segunda Guerra onde o mundo já estava comprado pelos EUA e as conseqüências da Guerra Fria  e tudo era o que vi nos noticiários desde pequena e  parecia tão presente que me desestimulou,junto com as encrencas no oriente vindas exatamente da interferência deles(mas está esperando na estante a vontade de chegar ao fim que sei que vai aparecer) o francês porque é chato,daquela chatice das experimentações,mais ou menos como um certo cinema dos anos 60/70,mais importante como forma do que pelo conteúdo - além de ser "lição" do curso de francês e passada a "obrigação",larguei sem dó e já foi embora num dos expurgos das estantes.
E não tenho este costume de "largar livro" não,sempre fui até a última página passando por notas de rodapé,de fim de livro,prefácios,posfácio,epilogo e seja lá o que for.
N'O Artífice o que me chamou de imediato a atenção foi o fato de analisar a ligação cabeça-mão na concretização de um trabalho manufaturado e eu como fiz do tricô um conhecimento e uma terapia queria descobrir quais as ligações físicas/mentais/intelectuais seriam descritas.
Desde o que pode ser,segundo o autor,um artífice;a "oficina" e tudo de regra social e aprendizado que tem na passagem do conhecimento mental para a ação,a consciência material;a mão e a criação da habilidade através de instruções e seqüência de aprendizado/capacitação;o "virtuose",a técnica,a busca pela qualidade....,uau,todo um mundo escondido na arte de fazer.
Poxa,mas qual o problema se é tudo tão interessante?Não sei se a tradução ou a própria  escrita do autor,a coisa não anda.Há cada elemento que coloca são exemplos e ligações muito distantes do que exatamente ele está falando - sim é um livro de um pensador,pra fazer a gente pensar e com o texto em mãos é uma "viagem"....que não consegui  acompanhar e fazer a leitura fluir,Foi "aos pulinhos":lê,cansa,pára - e quando parado,outro livro está em função.Tanto que perdi  o fio condutor,quando tentei voltar a ler - parei na pág 209  faltam umas 120 pra acabar - travou.Perdi o costume de fazer anotações,no máximo alguns grifos e notinhas nas margens,mas nem assim não deu.É um livro que precisa quase de fichamento como fazia na faculdade para alcançar todo o poder do texto e essa capacidade,confesso,perdi.Não fazia mais parte do meu mundo e foi uma habilidade desconstruída,perdida para ficar no assunto tratado.

Pena porque sei que este texto só "pega" se voltar ao começo e não parar até o fim e por enquanto não tenho a mínima vontade e nem disposição para ele.É, quem lê sabe,se a faísca da leitura não acende a vontade de ler ,não rola  e a desse livro,perdi no caminho.

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