Dois passos pra frente,um pra trás

        Não tenho metáfora melhor pra mostrar como ando.Retomei a terapia e por mais que goste e precise(a tampa da panela de pressão interna estava vibrando e apitando), os deslocamentos me matam.Além de me sentir mais frágil,exposta;fisicamente, fico um trapo.É menos tempo pra me acalmar,ficar quieta.Tenho dificuldades básicas no cotidiano que pioram,nada flui quando estou assim,tudo se arrasta.A casa relativamente arrumada,mas é fazer uma coisa e deixar mil pra trás.Trabalho?Hoje não fui,não conseguiria,chego lá e a irritabilidade,ansiedade,raiva,sobem e me sufocam.Fica insuportável.Amanhã tenho psiquiatra e tenho que dar uma arrumada em mim:unha e cabelo ao menos,não gosto da aparência que tem no momento.Se conseguir fazer aqui em casa mesmo,senão,fica como está.Meus tricôs estão no passo,quadradinhos perfeitos para mantas e sapatos de lã e pantufas,que mando para doação(Tricoteiras Solidárias).Meus livros incríveis(Jean d'Aillon &Dumas,XVIIème siècle en France),entrelaçando-se,completando-se.Mais é um "peso",um cansaço inexplicável,vontade de quietude,sossego e de mais nada.

Tudo que precisamos;colo,carinho,proteção,afeto."Família","tribo",pra estarmos bem no mundo. (Imagem que peguei no Tapera Urbana)