Terminado o Underground Railroad - o épico de uma escrava americana rumo à liberdade - ainda está na minha cabeça a história da "trilha(ou estrada) para a liberdade" que não era nada mais nada menos que a fila imensa e constante de corpos linchados,queimados,enforcados dos negros massacrados pendurados em árvores.No livro esta "estrada" é mostrada na Carolina do Norte,mas pelo jeito,foi uma prática muito usada no sul dos Estados Unidos,não para abolir a escravatura,mas para "abolir os negros".Como pensar em convivência depois disso?!?!
Além dessa ,outra barbárie citada,um "festival da sexta-feira",na mesma região,onde depois de números "artísticos",discursos suprematistas,havia o linchamento/enforcamento da noite,para encerrar o "festival".Além dos negros,abolicionistas ou colaboradores também faziam parte dos massacrados.
Aqui no Brasil tirando o racismo eterno escondido e as violências cotidianas aos negros,nunca ouvi falar de massacre como aquele.
Dá pra entender a música Strange Fruit,deixo o vídeo a letra e a tradução .
Strange Fruit
Southern trees bear strange fruit,
Blood on the leaves and blood at the root,
Black bodies swinging in the southern breeze,
Strange fruit hanging from the poplar trees.
Blood on the leaves and blood at the root,
Black bodies swinging in the southern breeze,
Strange fruit hanging from the poplar trees.
Pastoral scene of the gallant south,
The bulging eyes and the twisted mouth,
Scent of magnolias, sweet and fresh,
Then the sudden smell of burning flesh.
The bulging eyes and the twisted mouth,
Scent of magnolias, sweet and fresh,
Then the sudden smell of burning flesh.
Here is fruit for the crows to pluck,
For the rain to gather, for the wind to suck,
For the sun to rot, for the trees to drop,
Here is a strange and bitter crop.
For the rain to gather, for the wind to suck,
For the sun to rot, for the trees to drop,
Here is a strange and bitter crop.
Fruta Estranha
Árvores do sul produzem uma fruta estranha,
Sangue nas folhas e sangue nas raízes,
Corpos negros balançando na brisa do sul,
Frutas estranhas penduradas nos álamos.
Sangue nas folhas e sangue nas raízes,
Corpos negros balançando na brisa do sul,
Frutas estranhas penduradas nos álamos.
Cena pastoril do valente sul,
Os olhos inchados e a boca torcida,
Perfume de magnólias, doce e fresca,
Então o repentino cheiro de carne queimando.
Os olhos inchados e a boca torcida,
Perfume de magnólias, doce e fresca,
Então o repentino cheiro de carne queimando.
Aqui está a fruta para os corvos arrancarem,
Para a chuva recolher, para o vento sugar,
Para o sol apodrecer, para as árvores derrubarem,
Aqui está a estranha e amarga colheita.
Para a chuva recolher, para o vento sugar,
Para o sol apodrecer, para as árvores derrubarem,
Aqui está a estranha e amarga colheita.
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