Vai passando e ficamos com a sensação de "muito" tudo:informações,acontecimentos,"novidades".Mal acabamos de digerir alguma coisa e lá vem mais.De certa forma,me sinto anestesiada e acho que a mídia causa isso não apenas em mim(que não assino mais jornais,vejo muito pouco TV),mas nas pessoas em geral e é intencional.Evita que se preste atenção ao que importa,distrai da pior forma:diversionismo - ações pensadas para tirar propositalmente o fundamental do foco.Muita luz em um assunto?Muitos outros passam "batido".Escuto muito "e daí?",como se nada tivesse mais real importância,nada valesse à pena.Como a vida diária é pesada,difícil para a maioria de nós,o que "vem de fora" aumenta a sensação de impotência.O movimento de fechamento é incontrolável,só que assim,o comum,o de todos,a vida,fica como?!?!Temo pelas gerações futuras.Pode ser bobeira de uma mulher de meia idade,mas sinto que atualmente a maioria das pessoas comuns não tem contato com coisas reais,vida de verdade,"orgânica" no sentido de construída passo a passo.É tudo muito,e novo,bonito,tecnológico,mas não vai durar!O planeta não aguenta e as pessoas perdem o fundamental de ser humano,construir-se,evoluir.É o ter e não o ser.Sim,estou me repetindo.Já falei isso várias vezes aqui pelo blog e sei que muitas pessoas querem coisas "úteis,práticas,agradáveis",sinto muito,mesmo.Mas aqui é meu lugar,tenho que falar do meu jeito .Talvez por ter conseguido o básico de estrutura,não ter urgências financeiras,nem filhos com quem me preocupar,sobre tempo para pensar , e minha cabeça voa.E procuro,por que isso tudo,Eliana?!?Bem,hoje faz um ano que o nordeste do Japão foi varrido pelo terremoto com tsunami e......está tudo voltando,sendo reconstruído.Com muito esforço,muita luta.Muita transformação de quem ficou para continuar,mesmo tendo perdido a família,a casa,ter tido que arranjar algum jeito outro de se sustentar e tudo o mais que veio junto.É admirável,e assustador ao mesmo tempo.Se compararmos com a região da serra do Rio de Janeiro que foi devastada logo em seguida,misericórdia.O que os faz tão diferentes assim?!?Tem história,tradição,forma de vida;tudo bem,enquadram-se demais,mas são um POVO.Certo,muita gente vai chamá-los de duros e coisas piores,mas.....mantém-se firme,vão em frente.Quanto a nós,por aqui,o que se pode dizer senão que é tudo muito lindo,muito "alegre" e...nada vai pra frente."Seja o que Deus quiser"?Não é nem questão de certo e errado,é a cultura do mínimo esforço que prevalece e até quando?
Ai,ai,perdão.Caso alguém aí tenha alguma luz,socorro!Bjs
Lembro que quando vi esta imagem pensei:eu aqui,reclamando e lá,eles mantiveram,quem sobreviveu,"apenas" a vida,sem mais nada a que se apegar.E isso não é o mais importante?
Esta boneca em meio aos destroços então,sinceramente,é pensar:de quem era,o que aconteceu?O que somos,senão uma passagem breve?Como fazê-la?
E eu,me seguro nas minhas agulhas e toco meu barquinho,em meio a tudo.Últimas pecinhas,para bebês.
Mesmos modelos,dois tamanhos(os gorros são o de furinhos,receita do blog Mademoiselle et le Tricot;os sapatinhos peguei no site da Pingouin.usei fios juntos,Delicatessen e Sapeca baby.
Estes daqui fiz só com o Sapeca baby,são o Sapatinho Fácil e o Sapatinho rápido, receitas que tenho do Tentando Tricotar,de quando ainda aceitava acessos livres,hoje está bloqueado, infelizmente ,porque a Regina é uma tricoteira de mão cheia e aprendi muita coisa por lá.
É isso.